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sábado, 21 de novembro de 2015

Conversamos com Andrea Navedo e Jaime Camil de Jane the Virgin

Jane The Virgin, série que é sucesso de crítica e uma das comédias queridinhas do público, chega oficialmente ao Brasil hoje, dia 19/11, às 22h30, pelo canal Lifetime.  Por conta da estreia, o Série Maníacos foi convidado a conversar com dois atores que interpretam personagens de grande destaque: Andrea Navedo, que dá vida à sensualíssima Xiomara Villanueva, e Jaime Camil, o gênio por trás de Rogelio De La Vega. Os dois são (caso alguém ainda não saiba) os pais da protagonista e responsáveis por cenas de humor cheias de diversão e que fazem de Jane The Virgin a produção leve e gostosa de assistir que é.
Durante a entrevista, feita via conference call, os atores falaram sobre inspirações, telenovelas, a experiência de gravarem neste novo formato (ambos tem no currículo muitas novelas, nos EUA e México) e claro, contaram, em primeira mão, algumas novidades para a segunda (atualmente em exibição na The CW) – e quem sabe até – terceira temporada.
Confira tudo o que rolou neste bate papo recheado de bom humor:
-Jaime, você tem um público brasileiro grande (por causa da novela A Feia Mais Bela, exibida pelo SBT), como espera que os brasileiros recebam Jane The Virgin?
JC- Graças a Deus tenho lindos fãs no Brasil. Como vocês sabem, sou meio brasileiro, minha mãe é brasileira e por causa da novela exibida pelo SBT, tenho uma grande base de fãs e estou feliz em chegar ao país, por meio do Lifetime, com Jane The Virgin, uma produção que é sucesso de crítica e que vai agradar também aos brasileiros.
– Jane The Virgin está mudando o modo como personagens latinos são retratados na televisão. Você cresceu em Nova Iorque, então você acha que um programa como esse seria uma referência para você?
AN – Definitivamente teria feito diferente. Eu tive problemas com a minha identidade. Eu não me via como americana e eu não me via como latina. Eu não via pessoas como eu na TV, sendo retratadas de forma positiva, então sim, teria feito diferença. Eu seria mais confiante e estou feliz em fazer esse papel de mostrar os latinos de forma diferente e realmente positiva.
 – Qual a inspiração para os personagens de vocês? Sabemos que Andrea se inspira bastante na figura da mãe e gostaríamos de saber onde Jaime se inspira para trazer para a tela a figura de Rogelio de La Veja.
JC – Eu sou do México e assim como no Brasil, nós entendemos muito bem a cultura das telenovelas, embora eu faça muitas sitcons, tenho muitos amigos que fazem papéis melodramáticos, então o tom do personagem vem daí, deste formato de televisão.
AN – Eu cresci no universo das telenovelas e minha avó costumava assisti-las. Conheço bem o formato, mas nas novelas Americanas nas quais eu atuei são bem diferentes. Meu papel como Xiomara é inspirado na minha mãe, que é mãe solteira, mas muito mais na minha avó, que não tem nenhum problema em expressar sua sexualidade, então a sensualidade e a confiança da Xiomara vieram dela.
Qual o clichê presente nas telenovelas favoritos de cada um de vocês?
JC – Meu clichê favorito seria claro, quando o protagonista masculino tem um caso com a irmã de seu interesse romântico.
AN – Para mim é quando o alguém que morreu ou foi assassinado retorna à vida.
 O que vocês podem dizer sobre a segunda temporada série em revelarem nenhum spoiler?
AN – Podemos dizer que teremos uma aparição de Kate Del Castillo (atriz mexicana) e que teremos dois casamentos.
Jaime, como é interpretar Rogelio de La Vega? É mais fácil com sua vivência profissional?
JC – Estamos fazendo uma homenagem às novelas. O que fazemos é atuar e nos divertir, respeitando esse formato. Rogelio é excêntrico e eu atuo de forma bem sincera. Interpretar um personagem louco como esse desses com honestidade e sinceridade faz toda a diferença.
Qual a importância de uma série onde existe liberdade para que os personagens, interpretados por atores latinos, expressem suas crenças e tradições? O público dos Estados Unidos está mais aberto a esse tipo de história?
AN – Sim, está. Somos 50 milhões de latinos nos EUA e temos muito que dizer. O programa é uma plataforma para nossas histórias. Jane The Virgin tem nos dado a oportunidade de mostrar como é ser uma família latina vivendo nos Estados Unidos, nossa experiência como imigrantes e seres humanos. Isso é o que amo sobre a série: os personagens são humanos e acontece de serem latinos.  Mas estamos ganhando voz e estamos felizes em procurar mais espaços como esse.
Qual a diferença entre trabalhar em novelas e séries?
AN– Para mim é muito diferente. Adoro o luxo de ter tempo para estudar uma cena com meus colegas de elenco. Na novela não temos isso. Precisamos estar prontos, dizer nossos diálogos rapidamente e é isso. Numa série temos mais coesão e tempo de trabalhar a química entre os personagens.
JC – Numa série, em sete dias, filmamos 47 minutos, como fazemos em Jane The Virgin. Numa novela, em um dia filmamos os mesmos 47 minutos. Então nas novelas você ganha prática. Em um dia você faz drama, comédia, ri e chora, tudo em oito horas. É como um campo de treinamento.
A série fala de aborto, um tema bastante polêmico em toda a América Latina. Que tipo de reação vocês esperam do público?
AN – O que é principal em como esse tema é tratado na série é que ele não defende nenhum dos lados. Apenas mostra como é ser uma mulher e ter que lidar com esse dilema e quais são as opções. De qualquer maneira, nunca é uma decisão fácil, escolher entre aborto, ter o bebê ou dá-lo para adoção e para mim, pelo menos, essa é uma decisão que cabe à mulher.
Qual a primeira reação de vocês quando viram pela primeira vez o roteiro de Jane The Virgin?
JC – Adorei o roteiro. Dinâmico, criativo, com ótimo storytelling, muito bem escrito. A história é contada de A a Z de forma clara e inteligente.
AN – Pra mim foi um roteiro diferente. Eu nunca tinha visto um material que combinasse drama e comédia e que também tivesse os personagens centrais todos latinos, sem ser necessariamente um programa para latinos.
O programa mostra a Virgem Maria falando com Jane. Vocês acham que isso pode incomodar a comunidade religiosa?
AN – Os latinos abraçam muito o catolicismo e sabem aceitar os elementos de fantasia e humor que apresentamos em Jane The Virgin.
O que cativa mais o público a respeito de Jane The Virgin?
JC – O roteiro, a história, o elenco, os personagens… É tudo isso. E temos uma brilhante showrunner, Jennie Urman, que faz com que tudo isso mantenha o público interessado.
AN – Pra mim, é capacidade de transformar uma história absurda em algo crível. Os personagens lidam com as mais diferentes situações de um jeito muito natural e real. A cada episódio, os produtores conseguem balancear muito bem o drama e a comédia, fantasia e realidade, tudo de uma vez.
Como foi trabalhar com Britney Spears?
JC – Foi muito legal. Ela é uma pop star mundialmente conhecida e estava disposta a fazer o melhor para a série e o melhor para ela também. Britney foi muito profissional, sempre pontual e há uns oito meses, foi ela quem falou numa entrevista à revista People que gostava de Jane The Virgin. Acho que isso deu confiança aos produtores para convidá-la.
AN – Também gostei de trabalhar com o Juanes, por quem tenho um pequeno crush e a melhor coisa é que ele estava tão calmo e relaxado, tão preocupado com os resultados… E além de tudo é muito humilde, foi ótimo trabalhar com ele.
O que é mais importante na representação de latinos na Tv?
JC – Estou feliz por Jane The Virgin retratar latinos de forma digna, apenas pelo fato deles não serem caricaturais.
AN – É importante também o fato de mostramos três gerações de mulheres latinas: avó, mãe e filha. Cada uma diz muito. Alba fala  sobre como é ser uma imigrante ilegal nos Estados Unidos, uma mulher trabalhadora e responsável. Xiomara que é uma mãe solteira em busca de uma carreira como cantora. E Jane que é jovem, responsável centrada, quer ser escritora,  se casar e esperar o momento certo para sua primeira vez. São todos exemplos bonitos de mulheres latinas nos EUA.
Jaime, você é o responsável pelo twitter de Rogelio de La Veja?
JC – Não. Na verdade quem cuida da conta é um dos produtores, David Cross. Sou muito feliz e grato porque Rogelio me segue de volta por lá, inclusive. Sou um privilegiado. Eu leio algumas coisas, é claro, e é engraçadíssimo o que David faz.
Como é trabalhar com Gina Rodriguez?
AN – Como podemos não falar dela? Ela é nossa líder. Muito humilde, sabe o que quer, é confiante, trabalha muito duro para nos manter unidos e com atitude positiva. Ela é um exemplo perfeito de uma atriz principal que lidera um programa com graciosidade.
JC – Ela é incrível. Não só por ser excelente atriz e ter ganho o Globo de Ouro, mas um ser humano excelente também, que nos ajuda a manter uma relação adorável no set de filmagens e fora do ambiente de trabalho. Somos todos amigos.
Jane The Virgin aqui no Brasil hoje, às 22h30, pelo canal Lifetime.

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